quarta-feira, 5 de dezembro de 2007


[gritando

-Ela não tinha corpo, ela não tinha corpo!

E eu estava nu.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Vi de minha janela fechada
afundarem esquinas.
Nestas terras duras
plantarem cercas e
com tantas, é difícil
sair daqui.
Fiz das machas de café
em minha roupa
evidências de sangue.
Quis gritar que estou viva.
Mas com tantas cercas,
nestas terras duras
não há sinal de vida.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Dos soluços

Agudo
Vermelho
Silêncio
Dormiremos entre o orvalho da manhã
Vencida até mesmo ao soluço
Vencida ao agudo desejo de se matar,
Fica...
Intragável cigarro!
Das dores que não correm sangue,
Mas um vermelho desbotado.
Do convalescente silencio sobre
A raiva, a dor, o ópio.
O orvalho desta manhã é sangue.
O silêncio é pausado em soluços.
Que agudo desejo!





Tayra Macedo

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Às lagrimas noturnas




Ao passo que me esqueço
Entro no remoto lugar em que nada se busca
Ao passo que as nuvens seguem sem que me percebam
Eu ando a desejar o céu
O lugar da transição
O eterno e inalcançável céu...
Cigarros entre os dedos,
Algo nas mãos.
Fumaça ao ar,
Algo que deixo partir suavemente entre meus lábios.
Ando entre palavras perdidas de quem nunca quis dizer nada
Nem a si, muito menos ao mundo.
Nem o que queria posso:
O menor esforço,
A mão que não move,
O absorto.
Ando como nuvens,
Ando ao vento quente.
Apenas vejo o mundo
E sinto por ele.
Sinto amar a mulher alheia,
Sinto as noites partirem entre bebidas e cigarros,
Sinto beijar-te,
Mas é apenas um sonho bom.






tayra

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O que há de morrer com o dia

Em que lugar me encontro?
Dos suspiros brotando silencio
Pelo perdão rompido.
Não há mais unhas em minhas agonias
Não há mais punho às minhas raivas
Amanheço sempre num cigarro
E durmo no estralar do sol
Atirando em nuvens
Atirando em meus olhos
Atirando na escuridão
Nasce-me o dia!
Morrem-me teus seios
Morrem-me as mãos.



Tayra macedo

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Nada

Um beijo
ou mil?

Um desejo

ou mil deles?

Nada.

Pois nada nem ao risco da alegria
nem ao poço de minhas frustrações.
Nada.




tayra macedo

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Febre Amarela

Circulo num vazio cheio de livros, musicas , bebidas e amigos. Corro atrás de meu próprio rabo como um cão. E como um cão, como e durmo durmo e como. Mas as vezes fujo de casa e visito lugares diferentes...lugares mais quente e menos úmido q esta cidade, cujo o mar, as ressacas e as maresias me mantém. E volto com o rabo entre as pernas...precisando descobrir a felicidade na saudade e momentos de solidão.


tayra macedo

Ele gostava de está ali!

Fez-se um clarão de inutilidades guardadas.
Eco e Calor.
As costas sangraram num alivio invernal.
Chorou... Sentimento aguado!
Sabia da inutilidade dos seus sentimentos,
Por isso concebia um alto valor ao controle remoto.
Ele gostava de está ali!

tayra macedo

Meus tons cinza

Excessos contidos em uma pequena taça embriagavam
Meu colorido cinzento.
Nasceram marcas em meu corpo
Eu expulsava um bicho estranho.
Por um instante, Fingi pedir ajuda,
Arrisquei estender a mão.
Não, seria muito esforço.
Devo merecer esta saúde claudicante,
Este verme que me sai em palavras.

tayra macedo